Postado em 20 de fevereiro de 2019
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A Terapia Ocupacional tem um papel fundamental no tratamento das demências e disfunções cognitivas. A atuação é direcionada para manutenção da capacidade funcional e autonomia do indivíduo, associada à estimulação dos componentes cognitivos que estejam prejudicados. Além disso, o Terapeuta Ocupacional também atua nas alterações neuropsiquiátricas e comportamentais que possam surgir em determinadas fases da doença.

O profissional desenha o plano de intervenção a partir de uma avaliação cognitiva inicial, validada e fidedigna. Eu costumo associar à avaliação o que eu chamo de “mapeamento de autopercepção de sintomas“. O paciente irá se autoavaliar e se perceber, durante uma semana e preencher uma tabela que eu desenvolvi, onde serão associados os esquecimentos e bloqueios cognitivos aos momentos, contextos de vida e estado emocional. Assim, começamos a identificar o perfil comportamental do paciente, seus gatilhos e freios para bloqueios cognitivos. Quanto mais participativo no tratamento o paciente estiver, melhores serão os resultados.

Após a avaliação inicial e o mapeamento é possível determinar quais componentes cognitivos estão em disfunção e direcionar o tratamento conforme a necessidade neurológica e na intensidade certa para cada paciente. Além desse direcionamento cognitivo é importante agregar outros dois fatores, o que resulta no que eu costumo chamar de “tripé terapêutico“, constituído de: indicação clínica, motivação e significância.

Determinados exercícios podem ser indicados para aquele paciente, mas se ele não estiver motivado não irá aderir adequadamente ao tratamento. Sem motivação o paciente não irá se comprometer em realizar os exercícios e treinamentos em casa, o que é fundamental para potencializar os efeitos dos exercícios realizados em consultório. Além disso, não basta o paciente achar um exercício atraente e se sentir motivado em realizá-lo, se para ele aquilo não fizer sentido ou não tiver importância. Se houver sentido e motivação, a chance do paciente se manter aderido ao tratamento, frente aos obstáculos que possam surgir, é maior. Por isso eu seleciono os estímulos a partir desse tripé.

Na prática, o tratamento cognitivo se dá através de testes e exercícios de treinamento de memória, atenção, linguagem, sequenciamento, cálculos, entre outros, graduados conforme a necessidade. Como o paciente com demência pode vir a apresentar alterações de movimento eu associo no meu tratamento exercícios de planejamento e controle motor, coordenação fina, destreza e função manual.

Para os momentos de tensão emocional, crises de choro, nervosismo exacerbado eu indico os ‘freios’, que identificamos no início do tratamento, junto com o paciente. Esses freios podem ser praticados em casa, na rua, onde ocorrerem as crises. Alguns dos meus pacientes identificaram como freio: tomar um banho morno, chá de camomila, pintar mandalas, fazer um bolo, passear, tocar violão. Não há regra. O importante é descobrir o que funciona para cada um. Importante inserir exercícios de respiração em cada crise nervosa. Isso deve ser treinado previamente.

Por fim, para minimizar sintomas ansiosos e depressivos eu utilizo as práticas integrativas associadas à Terapia Ocupacional: auriculoterapia, terapia floral, acupuntura e fitoterapia. São excelentes recursos para tirar o paciente da crise, assim como para prevenir crises futuras. Familiares e cuidadores sobrecarregados também podem utilizar. O apoio da família é fundamental. Devemos ajudá-los a ficar bem.

Em neurologia, quanto antes iniciarmos o tratamento, melhores serão os resultados.

Entre em contato para dúvidas e sugestões.

Drª Andressa Chodur CREFITO 8 8956
(41) 996139110

Halberstein R, DeSantis L, Sirkian A, Padron-Fajardo V, Ojeda-Vaz M. Healing with Bach Flower Essences: testing a complementary therapy. Complement Health Pract Rev.
2007;1(12):3-14.Katz, N. (2014).
Neurociência, Reabilitação Cognitiva e Modelos de Intervenção em Terapia Ocupacional. (3ª ed.). São Paulo (SP): Santos. 

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