De acordo com a teoria do Controle Motor as ações rápidas realizadas em um ambiente estável são controladas por um Programa Motor. Os indivíduos inicialmente planejam o movimento, e então, iniciam a execução. O programa roda sem muitas modificações nem controle consciente. A informação sensorial fornecida pelo ambiente e pela propriocepção modifica um conjunto de movimentos pré-estruturados, que definem a ação que está sendo realizada. Esse conjunto de movimentos pré-estruturados é chamado de Programa Motor. Uma vez aprendidos os programas são armazenados na memória de longa duração e resgatados quando necessário para preparar futuros movimentos. A vantagem principal do Programa Motor é que não é necessária muita atenção na realização dos movimentos. Quanto mais elaborado é o Programa Motor, maiores são os grupamentos de movimentos que ele controla e os níveis de atenção do indivíduo podem ser desviados para uma outra atividade mais complexa. É por isso que podemos caminhar e beber água, por exemplo.
Ao se estudar indivíduos em idade avançada observa-se que as mudanças de desenvolvimento não param e é possível continuar aprendendo, assim como os pacientes neurológicos. A prática tem sido vista como sendo um elemento fundamental no processo de aquisição de habilidades motoras. Como quando aprendemos a andar de bicicleta, escrever ou dirigir: as primeiras tentativas são de erros, quedas, insucessos, sensações de incapacidades e impotência para realizar a habilidade, pois num primeiro momento o aprendiz envolve-se no entendimento do objetivo da tarefa e procura encontrar um meio de alcançá-lo, em seguida, a utilização de feedback extrínseco proporciona uma melhor seleção e execução do programa de ação e conseqüentemente uma diminuição dos erros. Finalmente, o indivíduo torna-se capaz de monitorar sua própria resposta sem a necessidade do feedback extrínseco e com pouca demanda atencional, o que possibilita que as ações sejam executadas com consistência. Quanto mais o individuo pratica mais habilidade ele adquire, e assim, os erros e insucessos vão desaparecendo. Essa melhora na performance é conhecida como aprendizagem motora. É a base da Terapia Ocupacional reabilitadora.
Neste vídeo apresento um teste que aplico em meu consultório para verificar a velocidade dos movimentos e sua relação com a precisão motora dos pacientes com Doença de Parkinson ou Parkinsonismos. Se o paciente acertar o alvo uma luz verde se acenderá, caso o paciente erre o alvo, a luz vermelha será acesa. Contamos o número de erros e acertos em 30s. Importante lembrar que os parkinsonianos apresentam Bradicinesia, ou Lentidão de movimentos, que é um dos sinais cardinais da doença. No início do vídeo o paciente parkinsoniano realiza o teste antes da intervenção (Terapia Ocupacional + Acupuntura) e faz 10 acertos. Após o tratamento, o número de acertos sobe para 14. O paciente acertou 40% mais, o que sugere que a Acupuntura associada à Terapia Ocupacional auxiliam estes pacientes a melhorarem o desempenho em atividades que exijam precisão e coordenação motora, assim como controle de movimentos, o que contribui para uma vida com mais independência e qualidade de vida. Em breve farei um post só para falar sobre a TO e Acupuntura no Parkinson.
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