A “ultraconexão” pode prejudicar sua saúde mental e sua memória

Na era da “ultraconectividade” você pode nem perceber, mas a todo tempo somos sobrecarregados de estímulos sensoriais, principalmente imagens e sons. Atualmente o maior responsável pela sobrecarga de estímulos é o Smartphone.  

São mensagens, ligações, vídeos, e-mails, sem falar nas redes sociais que são atualizadas a toda hora e claro que você quer saber onde seu amigo jantou ontem, ou conferir o novo penteado da atriz famosa que você segue. 

Além dos estímulos online temos que dar conta das atividades cotidianas, do trabalho, do almoço, do banho, do trânsito. Os pais têm que dar conta das suas responsabilidades e dos filhos. Mas e os estímulos? Eles continuam chegando e nos exigem uma resposta, um parecer. Quem aguenta responder a tanto estímulo com qualidade, sem se enganar de vez em quando ou negligenciar alguma outra área da vida?

Estudos atuais demonstram que as crianças têm se sentido trocadas por aparelhos eletrônicos, os pais não tiram os olhos do celular. Além disso é cada vez maior o número de adultos saudáveis com falhas cognitivas: esquecer compromissos, contar a mesma história duas vezes ou não lembrar um nome, por exemplo.

De acordo com a Teoria do Processamento de Informação nosso córtex processa com atenção plena UMA informação por vez. As informações chegam pelos receptores sensoriais: audição, olfato, tato, paladar, propriocepção e visão. Sentimos tudo, sabemos em que posição nosso corpo está no espaço, sabemos se está dia ou noite, se está frio ou calor, sem ter que pensar nessas informações sensoriais que estamos recebendo. Você sabe que está sentado sem precisar olhar para suas pernas. Você consegue caminhar num parque e conversar no celular, mas dirigir não dá. Embora andar e dirigir sejam atividades automatizadas pelo nosso sistema nervoso, quando dirigimos devemos estar ATENTOS às informações visuais e auditivas. O processamento de informações é tipo funil: chegam informações aos montes, mas elas vão sendo processadas, descartadas e afuniladas. Na entrada sensorial que envolve atenção, só passa um estímulo por vez. E quando envolve atenção? Quando você precisa aprender uma nova habilidade, armazenar, memorizar um conteúdo ou dar uma resposta, tomar uma decisão, resolver um problema, que envolve buscar uma resposta na tua memória de longo prazo.

Por isso, nos dias mais corridos é comum nos perguntarem A e respondermos B. Os “brancos” e esquecimentos se tornam cada vez mais frequentes e vêm acompanhados da irritabilidade, nervosismo, aumento da pressão e insônia. Se você está assim, se desconecte! Pelo seu próprio bem.

Eu mesma, após uma crise de estafa devido à sobrecarga de trabalho (e todos sabem que eu AMO meu trabalho!) aderi a essa ideia: às 19hs coloco o celular profissional no modo avião e só volto ao normal no dia seguinte, às 8hs. Depois desse simples ato, pasmem, meu rendimento aumentou!

Precisamos aprender a perceber e a respeitar nossos limites! Realizar atividades prazerosas e relaxantes, praticar atividade física, dormir bem, comer bem, dar risada, abraçar quem se ama, tomar sol, ouvir sua música preferida, acompanhar o seu time em campo, dançar. Tudo isso faz um bem enorme, inclusive para a memória!

Você acha que está relaxando vendo 79876 videos de whatsapp antes de dormir, mas não. Você está super estimulando seu cérebro! Seu sono não vai ser regenerador e seu dia seguinte tende a ser péssimo.

Desafio-lhes a um teste: por uma semana, apenas UMA semana, desconecte-se e se priorize.